quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Maracujá de Gaveta

Alexandra, a lôra dos olhos azuis. Como toda boneca, detestava nomes peculiares.
Alex poderia teria sido um apelido menos traumático, mas família que família gosta de fuder o cu do palhaço.
-Xandra, vem jantar!
O resto é clichê escolar:
Xana it is.
Para mim sempre foi muito difícil sentir piedade de loiras bonitas, síndrome de morenas invejosas. Prático e normal.
Mas é que Xana era de fato uma menina porreta. Aporretou a escola inteira, foi de A a Z. Sem tarumas, sem dramas, cem gramas.
Peculiar it is.
Com toda essa história de Xana, agente fica esperando o vão moralismo das meninas dadas; mas é como eu disse, Xana era uma menina porreta.
Saiu da escola e poes o pau na mesa. A lôra peitava e o mundo se calava.
Aquilo tudo me rendeu boas punhetas atrás da mesa.
Queria aprender a ser Xana, viver Xana, encantar como Xana.
Um dia Xana me falou sábias palavras:
-Maracujá de cu é rola

Enquanto eu ainda sou de gaveta