segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Assim como Camoniar o que há de bom.

Sinto-me maré
despejada pelo vento
vindo do Além-Mar.

Sinto-me morena,
de um marrom bem carregado,
lenta e arrastada
feito lesma on the highway



terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Amo mais do que paçoca

Plano velho novo colorido
aquele nosso de sermos
correspondidos
como os catões postais

Ana, me manca
deixando-me com ciúmes
por  ela
ter tido mais amantes
do que eu

mas faço do ciúme
uma outra
memória latente
esse ano
foram duas vezes
um quebra dentes

E como se fosse
presente mal embrulhado
eu me lembro de você

peço um copo de leite e um pão francês
e no emaranhado quântico
agente se ama sem machucar
o ego
sem transformarmo-nos
em eco
nosso elo
de ficção

che, te amo mais do que paçoca
te deixa ser fiel ao nosso jardim,

você sabe,


eu sempre volto...


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Relativas vezes

Olho para a direita
parede branca do meu quarto
onde foi
que eu pendurei
fotos de uma estranha mamografia

estranha, por ser mamas
o vandalismo bruto
desse mundo

Ma-mi-los


Esclarecimentos sobre Angela Sax

Não é um pseudônimo.
Sou eu, me declarando ser outra pessoa.

M. TH

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Hit the road Jack

Said the bird
to the blind man

A SX

Xo from Angie Sax

He tells me about you, Buck and all. We all know he is a drunk, I'm sure. Not sure about shagging like you, Buck; you see Buck, you have a pretty nasty face. I wouldn't fuck you any other way - I can't remember the last I did this sober man, am I sober mamn? I'm not all sure, I always wake up very confused - "Why are you so mean to me", the Bunny lady sings. Buck, I will send him this as a letter so you can hate me some more for making you work. Buck, I send you my regards, the baby will never be born, not to worry. You're as dead as I am mother, Buck.

xoxo


A SX

A caneta comenta:

Não haverá
suicídio
enquanto
houver cometa

domingo, 15 de dezembro de 2013

Estilhaços

Like Dylan in the movies
eu faço no meu tempo
o que faço do tempo

Dona
da minha própria reticência


like a rolling stone



Piroca

O piruá
veio a duro fogo
explicar o que
a pipoca esconde
Veio esclarecer
que não é
uma questão de opinião,
Só é
uma questão de opinião

A fenda

Louise louise
eu realmente
tenho que ir

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nos Embalos de sábado à noite

Decidi desligar
a te-vê,
o filme,
o livro & a alma

Olhar fagulhas
 desta vida branca

O vazio
tem cheiro

à mim
à eu
à útero

no sofá
com o descontrole na mão
desligo o apartamento

e penso
fora da gravidade de todos
os atos
a vida é leve

perto da janela
existo com a suas
cordas vocais
que não me pedem
que eu quebrar os partos

deixa-me sempre em silêncio
como se dentro de nós
existisse uma alma
habitando o silêncio,
mesmo que raro,
de um apartamento

desligado






terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Eu nunca soube assobiar

Sabe, é que faz tempo que não paro
em um ponto de acerto.
nem numa bola que roda
muito menos numa reta fazendo o quatro.

Sabe, é que faz tempo que eu bebo
e só sei da diferença
entre bar que aceita vê erre e o bar-co-não.

Se fermenta ou destila
é pro garçom que você deve perguntar.
O mesmo faço eu, mas me aprumo
em conversar outros assuntos, sabe.

Sabe, é que sempre que escurece acende
uma luzinha, assim meio cafona
&
assume o meu fracasso de renunciar
o trono, um trono qualquer

Mrs. Monroe once said: I don't wanna be rich, I just want to be fabulous

É,
sábio é quem sabe
atravessar o samba
assobiando

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Muito perto da chuva

meu coração um tambor voodoo meu pau-de-chuva meu ritual urbano
meu computador não resistiu a quatro gotas
e eu no meio desta chuva giro para me molhar com mais decência
os "pingo" da chuva lambe a rua me lambe espinha abaixo no seu vagar entre morrer e me amar
no fundo do barulho de baixo dos toldos dorme o puro medo de escorrer para o esgoto

Ch ch ch changes

Eu cheirava muito
agora choro demais

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

domingo, 27 de outubro de 2013

Sturm und Drag

Caí na rua,
foi outro dia.
Comecei a chorar...

Romantizo
os passos
tropeço quebrado
rebolo
por de volta
do ralo

se caio
caio com
copo
nas mãos


O amigo riu
de cara lavada
ri também

levantei em
um Sturm
e dei
um drag

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A missa da minha mãe

Os óbvios te serviriam bem
para compreensões
se você não os transformassem
em pareceres tautológico
servidos com alpiste
para o papagaio da vizinha rezar

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Forca

EU
NU                                                N
CA

SEM
PRE
SA

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

sábado, 21 de setembro de 2013

Traição simultanea de um Acrobata ou a espera de alguém que espera

http://www.youtube.com/watch?v=JI5-qGEVZLU

Você é um louco
acrobata
você é a bruxa
e eu sou o
gato

Eu quero ser um pouquinho
que nem você

Espero que não se importe
se o fizer

Eu amo o jeito que teu corpo foi feito
Eu amo o jeito que a sua voz faz sexo

para ser o sussurro entrando em seus ouvidos
eu quero ser a cama
que você
faz

Eu achei que ia morrer

Quem se importa que não sou moralista?
Eu sou apenas
uma mulher
com algum tempo

que sobra
(que sóbria)

Eu quero ser esculpida pelo amor
Eu quero que seja as mãos da vida

Eu amo o jeito que (em que) você caminha
e todas as coisas que você pode enxergar com seus olhos

Ah! ser aquele pensamento longe
Ah! significando, fermentando
on
your
mind

I'm in love
I'm in love
&
achei que ia morrer
achei que ia morrer






quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Teflon

De cunho Gourmet
como arte contemporânea

depois da primeira paella
a comida sempre gruda

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Helena em chamas

Foi na década de vinte
as estacas de mulheres
dos dizeres de madeira
de bruxas de calções
e a risada de Helena
calando a pena
de Homero
fazendo tradução
com ironias em chamas
a Filosofia
a Profecia
a Poesia

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Urbem sacro

As sacadas geniais são fugidias

As sacadas
eu no morro

vendo o vento
mexer a grama
e apagar bitucas

de cigarros

Na sacada eu miro
as formigas
andando no vento
se escondendo na grana

Na
sacada
eu
não
morro

sábado, 14 de setembro de 2013

Emancipadinha

Em cima das mesas
de baixo das cobertas
escondida nas veredas
disritimada nas artérias
alfabetizando criancinhas
emborrachando-se nos bares
rasgando páginas nas livrarias
pulando os degraus das escadarias
cortando tomates por serem vermelhos
esse negócio de crescer deforma meu esqueleto


domingo, 8 de setembro de 2013

Turning vices into vicious

The regular colors
in a glass of booze
Eletronic trash
making my time
longer and louder
louder than water

Clocks are symphonies
like the mirror that
the devil gave god

When looked at
humans we are

Music is beat
beep-beep
auto car
into holiness

Today the vice
made me weaker,
tomorrow tenderness
will make me vicious


O olho às avessas

Comendo espetinhos
de moscas
que caíram na minha sopa

Em um crunch
eu te mato
e viro besouro
em uma luz qulaquer
de Outono

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A língua do Pê

A puta peito
apalpa pinto
e desejo
palpita pêlo
provado
na manhã
de um bocejo
A porta preta
a pata negra
O pelo amor
que vem de Deus
A pura prova
pecado e polêmico
meu principato
andando de lado
o carangueijo
As palmas
peludas
da madrugada
na máquina
pa-ta-pê-ta
da poesia

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Extra-Extra!

Extra
Extra
Ordinários

A tua mulher veio da costela

Se te afinco na costela
é porque lá é onde você

vai ficar nota
por nota

Derixe o ângulo
uno
versado
poeta
menina
a tua mentira
me faz uivar
e dançar prisma

a
a   a   a
amém

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

To look into my eyes and tell me lálálá

Me ver
na alta noite
escura

no buraco da montanha
as mãos que tremem

e o ó-cu-los dormente

do seu papo provinciano
que agarra as mãos dela

eu passo sem fingir
que não fui que não vi

fugir
na alta noite
e ver



porque na noite
a morte?
se é tão bom
te ver
envelhecer


Ladrão,

asfalta-me!

Sexx

Gosto de ostra na boca
depois de lambidas
as pérolas

domingo, 1 de setembro de 2013

Exelscior

Avante ao vestir a gravata
escuto as chaves quebrarem
in the psychiatric ward
ainda tenho tempo de escrever
one more moan
quem sabe lusitano
imitando ninfas recitando
sonetos e as palavras
que gritam
dos companheiros
in the white cube
Avante ao vestir a gravata:
every day is day
to become a coward
Me leve para o hospital
but let him go

home,
like an icing stone

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ei, testa!

Tá escrito no
espelho:
Quica
que é macumba

e se for me
abandonar eu
te quebro por inteiro
e te
deixo de
presente

sete anos de azar

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Rimbaud

Levantei meu rosto ruborizado, diante de toda a beleza. Não consegui se não balbuciar: Eletrocutor, é você?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pernalta

Você já viu como eu ando?
Correndo de lado
botando os bagos pra fora
Correria androgínica
nem sei se a palavra existe
mas o assunto é vivo
e tem pernas longas
ao contrário da mentira

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Do corpo a revolução

O buraco na porta
da névoa magoa
é no papel branco
que prostituo
o obscuro de mim
sem que na vida
se quer um,
sem desejar morrer,
ouse o toque
toque toque
na madeira a tua sorte



O Sujeito sem Verbo

Cadeira
lápis
a faca
e o queijo

Cotovelos
bigodes
botas
e botões

máximo
primeiro
terceiro
e salário

Eu
pátio
olhares
fome
e cigarro

Lê e crê:
Esse sujeito me deixou de supetão
com o seu verbo na minha mão


segunda-feira, 15 de julho de 2013

The Lady is a Tramp

Two plus two              
equals dog
The shape                      
of the number
says it all







quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os bolsos do Morto

As pencas desses anos que me convidam sempre em maltratar o fígado com doses de cólera, agrupada com os dedos dos pés refletidos em um banheiro nunca esquecido como se ele próprio fosse um altar. Decidida em me abandonar nessa meia idade de duas décadas e um pouco mais, a morte arrogante dos sublimes. Me vejo em pouco pó que em palco irá virar a ladeira da preguiça e entrar na cama arrumada  das minhocas que me chamam para morar com elas perto de lascas de madeiras. O amor transformado pelo infinito desejo de se perpetuar como sombra que leva tudo a até as últimas instancias, no haras invertido em cavalos que me ensinaram a dar coices nas palavras mediócres desse homem, título de poesia, dono de muito assombro das noites sangrentas dessa minha vida. Empobrecida eu sei que estou, arrependida de todos os meus clichés vestidos de loucuras, de porres, de mortes, de goles em goles. engole-me por fim, entrega-me tua alma bandido das esquinas em que Caio nas sarjetas que me apanham nessas ainda madrugadas as mesmas em que me amavas mentindo amor, com dor não te deixo cambalear perto do meu chamado coragem. Feroz e covarde o buraco que me cabe desse latifúndio, desses dedos que estupram para apenas lembrar o cheiro de todas as terças-feiras da minha infância. Chego aqui, por frase trocada de pontos finais Reticencias memoráveis essas minhas! se me jogo dessas pontes imaginárias de uma cidade que fede a ele, vou caindo ao abraço desse asfalto. Não sei esquecer-te homem oco, de santas ocas, buracos negros, que o corpo pouco da minha existência transformou-te em mito, edípico. eu mereço cegar-me por nunca saber ter visto.

domingo, 7 de julho de 2013

Felipe Blanco

Ele uiva
tão alto como os edifícios
que me leva para contar
que chorar é tão mais belo que sonhar

eu aqui, tão longe de mim
patética
estética
arrotos a rodo
no quarto do sétimo andar

poeta musicado dessa minha geração

Eu sou sua leitora,
a sua caça
nessa torre de Marfim
&
Eu estou cega numa platéia
&com os ouvidos na sua mão


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cumprimentar a melancolia como uma velha conhecida? Qualé?

É sensatez de mina broxa
isso quié de ser bruxa
Leminski virou pop
e o pop virou papa
de titica de galinha
desbancando o rego
dos 50 tons de cinza
Haikai ni mim
melancolia
que eu te fodo
sim, como minha
velha conhecida
Você vê meu bem?
O V é de várias fita

As camas molhadas

Se me perguntam dos meus papéis burocráticos
respondo com muito ar de propriedade
que minhas gavetas de escritório
são pautadas
com as linhas tortas
abandonadas
por Deus
que me pague
a identidade
de não saber quem sou
deitada olhando pro teto
em uma cama de amônia
que me da caráter e cheiro
de uma verdade além de ternos e gravatas
O suicídio é sucinto
e breve como a voracidade
de se entender por gente
ajoelhado na igreja em chamas de pecado

Se me perguntam de mim nessa cidade
digo que sou um objeto na sua instante memória
de infância infame, no buraco recalcado
do seu vexame de bater uma punheta
enquanto na cozinha a sua mãe com as mãos molhadas
das batatas que serão servidas para o jantar






Objetos Obscenos

A Gilete conta histórias
removidas da minha perma
da axila distraída 
numa tarde 
de consultório
A beleza feminina
um par de pernas
um sorriso 
com algum tipo
de personalidade
que anda pela cidade
estridente e infinitamente
paulistana
Os postes de luz
são fálicos e me entediam
ainda mais que os próprios homens
Estico a perna direita para o norte
estico a perna esquerda para o sul
e o que me enfia no meio é muito mais que morte

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Antiques

As peças desse carpete
uma vez já foram vivas
Circulares
como víboras hipnotizadas
de um recalque qualquer
pontuada pela mãe
no meio da segunda infância

Sobe o cheiro desse pó
de ontem e desse hoje
recolhido no meio
de latas de cerveja
vazias de pudor

Recrio a imagem
de saber ter um sonho
além desse sobreviver
a tantos invernos a fio
a frio metódico de facas
laminando a morte
da história semi
romântica dos Salmões

É que vivo morta
em papel de bala
guardanapo ou em tela de TV
Namoro em sonhos
bichos horripilantes
ultramarinos

Meu terapeuta
diz que água
é simbologia sexual
O que eu acho
muito normal

já que

guardo na primeira estante
um vaso muito grande
cheio de conchinas do mar
lembranças do cheiro
ensurdecido das ondas

O tempo
essa areia de um caixote inteiro enfiado na calcinha de banho





Crânio

Caixa vazada
de músculo e caos
enviando mensagens
subliminares
para os copos solitários
de vinho tinto

Meu corpo endereçado pelos correios
que caminham como os intestinos
as orelhas abelhudas
decodificam as necessidade
fisiológicas do sexo animal
do meu corpo
com os travesseiros

Recrutam-se maridos
para povoar a pélvis
Procura-se destinos
sem currículos vitales

Eu dou um rim
por um porre de Gim

cabeça
ombro
joelho e pé
cabeça
cabeça
cabeça
cabeça
.
.
.
.






terça-feira, 25 de junho de 2013

Aquarela

O olho nu pousa sobre o corpo
da menina que perdeu as roupas

Os lábios enxutos de doce amargo
salutam a memória encoberta de luz
sabor
geléia tarde
de amora

Fotografias paralelas / divino olhar de ponteiros de relógios

Mulher pintada na noite
espalhada a cara no concreto
como chuva no asfalto da hora do rush

Vestida de bolinhas atravessa as linhas brancas procurando de bar em bar o melhor bolo da cidade

Citrica de fumaça e carro
Ela desenha nas unhas um roer de ratos

que antes

borravam

seu vermelho batom




Gomos de vida

O peito ainda pulsa
o pulso ainda chama
a faca metade
da minha laranja

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O meu Samba é feito de Ironia

Um pra cá
dois pra lá

a matemática
compondo

o meu paço
bem longe

do
par




Cupido

Da força pedida
do altar o padre comenta
o cometa ali distante

Por força sem Deus
eu deselegante lamento
não ter-te-vos em mim

Não cristo, por deus
dos deuses sou mais Zeus

Afrodite mãe de-te-vos
Cupido esculpindo
na garganta cem mil nós

Crente do que ficou
entre o olho tu e eu

Arre homem,
não vê, tem algo em ti que me quer comer como flor!




quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Porteiro

Olhos de Lince rebobinando

as saias que saio
as blusas que entro

Os homens que traio
Os cigarros que acendo

O porteiro de dia sorri
o da noite então gargalha

Eu perco a decência
pagando a conta
apagando a luz

Eu finjo prudência
abrindo o portão
e gritando um Olá

E quando eles dormem
eu envergonhada
aperto a campainha
Eles acenam com a cabeça
e não dizem nada

E é assim o nosso trato
Ele, que de mim quase tudo sabe

-Boa noite meu amigo, bom trabalho e até logo


terça-feira, 11 de junho de 2013

Neon

Na mira do olho a luz imensa
do topo do edifício Banespa

Enlouquecer
essa paisagem

é difícil-me no fundo tão fundo

Nação-cidade

sempre hereditária

A via Leste
sempre seguindo
                           Norte
E eu aqui, sentada sem saber
amanhecer

o meu jogo da sorte

Eu pedaço Paulista
Eu ingenua turista

Em frenesi,

largada aos patos
que se parecem
                       pombas

A cidade incendia a Fé



Estado-pintado:                                             NEON








sábado, 8 de junho de 2013

Bob, his name is Bob

Tem um jogo sinistro
do qual eu pratico
quase que quase
que não desisto

Sonhar que o Coringa é carta
com destinatário para

Senhorita M.
Rua Garapeba, 251

No envelope lambido
a última estrofe
riscada do disco

Lalalá The M. In Me Lalá








sexta-feira, 7 de junho de 2013

Melodramática


Resisto abrir
os livros de receitas
mas se os abro
os como feito dieta

A casa é quem me cozinha
a fogo médio
a fruto brando

Eu me entrego
a devorar-me
os sonhos
de valsa

Hoje é sexta,
e nem a poesia
quer tomar
café comigo

Finjo que sou papiro
e responsabilizo
os ignorantes que não
sabem me assar


Né não,
tem dia que agente dorme
de conchinha
de feijão







Zeus apaga eu


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Classificado


Tenho na altura
a cor dos meus cabelos
Na vida, sou equilibrista
de desastres instintos
Em horários comerciais
gosto de me entreter
com coisas do tipo
-Mirar Geladeiras
-Vasculhar entulhos
-Cantar axé no chuveiro
Vida sexual,
esquento a água do chá
na esperança de me transformar
em algum cheiro secreto
e voar invisível pelas frestas
das portas de apartamentos
Procuro um sujeito
não precisa concordar
olhares e beijos
são pra mim
verbos inteiros

Se sabe responder correspondência, peço que me escreva:



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ser Tão

Polui-me de sujeitos
na corrente de um rio
beirado com a seca

Re-corrente café urbano
o que sei eu sobre o Sertão?

De burros conheço,
tem nome e cheiro
de corrida lambida na crina

De gauches mineiros conheço,
tem pegado como um irmão,
nas minhas linhas, na minha mão

Cantigas antigas,
como trilho de trêm
dentro do caixão
no buraco que não me cabe
dentro do asfalto,
essa cidade não tem chão

Gritam muitos carros
na avenida que me colhe e sabe

Também sei que prato
não é comida em que se cospe.
Tem cara, tem ouvido e
e não tem perdão

Intuitivo Jagunços
da lei
da terra batida

Homem feito
Homem nada
Super feito
com os burros
n´agua

Fez dele ignorante
e transformou-te em verdade
Café urbano,
o que sei eu
desse eco de cidade?


Baby Blue

A minha casa cheira
a mim
a eu

a útero























https://soundcloud.com/marcelathome/baby-blue-1

domingo, 2 de junho de 2013

Lucky stars in your eyes

Poor of thoughts
It's time
Bang Bang
Discovering blood
Pure Mock
Getting it going
against all odds

Candy



"His heart pounds like a voodoo drum"

Thy was true, me full of madness, distorted darkness
He picked me up out of the pissing floor and hold my hand

He said:
It makes me feel alive to be with someone that feels such deep emotions about everything

and I cried silently with blush and shame

I wrote and I wrote, I guess I never stopped to listen that my beloved was my true poet. He saw a gardens full of green, my body full of dreams. I could see his soul melting under every raging rain.

I choke,when the memory arrives, us running away from my mother's house together, that day my love, you saved my life.

There is no going back, with us it's always a very thin line

Thy is true, my shaking lips knows only to remember you

https://soundcloud.com/marcelathome/candy


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Infames

Sigam-me os bons


Subentendida métrica

Cretino fado
de estar sempre de lado
aos teus pés
como se tu
foste eu
encarnado

Corrigido pelo
vento ortográfico
essa pedra calcada
no meu meio sorriso
olhando esse chão
a fio, a nado

Te jurei ser irmã
mesmo amando-te
como parte
tricotada no quente
palpitar esquerdo
desse peito

Anuncio
solitário
que não sei
te escrever,
meu desejo,
se quer um misero
soneto

Te deixo meus olhos
como palavra corrida
da minha mente
ofegante e
por vez entediada
mas encestantemente
por ti apaixonada



To my dearest Mr. F

https://soundcloud.com/marcelathome/it-ain-t-me-babe?utm_source=soundcloud&utm_campaign=share&utm_medium=googleplus

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mia, miaw

Its the blues kicking 
and giving me chills
I swear to God
I'm trying honey
to forget your
your lovely eyes
and your body 
uhm, so hunky
Baby, I am opened
wide as secrets
of your doubts
if you say no
I will hear 
yes, oh yes

Won´t you 
come on over
and give 
this restless lady
the love making 
you so adore,
don´t protest
you know honey
you will
give in at last






Por uma vida grave

Botas em cima de talos
Suor escorregando
no tablado

A Máscara trágica
não necessária
desse desespero secreto
que seca a lágrima
no topo de montanhas

Alinhadas com o concreto
abrir das cortinas
Espantando
as mãos trêmulas
das retinas

Sacrifiquem os meus dedos
para que Édipo possa ver
que os Oráculos sempre mentem
diante de uma platéia faminta

Medéia decrepita
a rondar cabeças
de Urubus cor verde
Lambendo nacos de ossos
desse ofício patético
que é encenar a morte
plagiada dos atrasos

Eu fico Grave elegendo
o meu próximo
figurino,
afinal
o final também é ato
e não roteiro de mal gosto
do destino

terça-feira, 28 de maio de 2013

O bom Senhor de mal humor

Se Borges saísse
do armário
ele seria Girondo

Pêndulos

Os pássaros atravessam
os relógios barulhentos
de todas as madrugadas

As casas de cartas
viraram os olhos
para dentro de seus tapetes
querendo migrar os naipes
para além de suas almas

O sopro seco do tempo
encostado na navalha
Enrugam os pés de galinha
com o frescor do hortelã

Eu corro para dentro
desse corpo
desse copo
com cheiro de grito

Todo esse tédio de ver
no vento passar estradas
chocadas de óbitos

Ergo a taça
e bebo Cronos

As ampolas
se foram

caçar grãos
de areia
no cronometro
sem templo
usando apenas
conta gotas
cheiro e
o que sobrou
do sentimento

It fucks me kind of funny


segunda-feira, 27 de maio de 2013

domingo, 26 de maio de 2013

Estalactites

Deitada,
com os olhos
mirando a ponta
afiada desse belo
veneno 
na gruta
na moita

Eu ando solitária
a descobrir sonidos
sem dramas
na lama

Eu respiro o meu barro
deliciosamente
rastejado
encubido
nos poros
dos meus olhos
enxames

Satisfação e verdade
sentenciada 
nesse mesmo predicado

Ele me mira e vê
a arrebentada
variante torrencial
que existe entre
o corpo e o berro
entre eu, eu vejo
eu veto, respiro

ele feito de mato
no sonho do outro
mais verde e alto
meu ventre no ato
e eles lambuzam-se
dela, aquela
que nunca foi eu
além de marrom
e trago
descalço o sapato

e grito Adeus



quarta-feira, 22 de maio de 2013

UnderVelvet

Sometimes I believe
that red lipstick
is the only power
of God that is able
to save me

The black clouds
are missing
my rotting body
during the day

They refuse me

They are begging me
to come back downtown
So they can properly
Spit on me

Obscure:
In cold weathers
such as this
I wish just the same

I tried to stop them

Cars crashing
        becoming

red flame and fresh gasoline

Sexual Secrets
in sick societies
are all the tales
written
in the bible

I bet that's why
depressed women
turn into nuns

Nobody told them
it's ok to be a frigid
During my sleep
they convince me
that Jesus is better
than a good old spanking

The cross is the mind
Sobriety doesn't
kiss and tell

Clean minds
make me forget
when I wasn't
a virgin at last

Shots in the dark
reminds me only
that I truly loved
my pink crayons


It was thick enough
to make me bleed


Pay-me-Boy

Dark Hallways
obligates me
to piss on the floor
jut for the sake
of the humiliation
of proving myself

Oddly enough
fresh Ammonia
makes me calmer
than a camomile tea

Nothing like the smell of true sadness

Hey, Playboy, how did you think that the bottom of the tunnel smelt like?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Sweet, Sweetie

Most of the time
I am a genuine bitch!

Burning and Blinking
the lashes of my eye
as if my pussie
was a sort of paradise

In Private
I call it

cunt

It tricks me to convince my ego
To suit some slutty underwear

Language:
what a nice way to call de devious dirty lying tongue

Hey Babe, I bet you
to walk on mirrors
without sinking

You can Flash me at night
Undercover,
I can be pretty sweet

Sweet like
thunder
feeling nothing
but pain under


Eu sou apenas um peixe, mas que fuma e ri, que ri e detesta

Me
like a fish
in a forest
laughing
cigarettes
smoke
like a bitter
oak
symphony

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O pulso ainda Pulsa

Transgenêro raquítico
das intranquilas
ideias de sucumbir
ao tédio, seleto, ímpeto
Tragado todo o desespero
recebo suas cartas tardias
com comentários críticos
abomináveis sobre
as linhas do meu corpo
Instante em que você
me deu a cama e farejou
Georges Bataille no armário
abarrotado de vergonha
Celebra seus 25 anos
na espera de si mesmo
Não te entrego telegrama,
sono, nem cana
Te falo por lembrança
que tu, meu bem
ainda me ama




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sopro

Te fizeram amarelo
sorriso encadeado

Meus dentes
de martelo

Adereço o meu processo
adiante da linha
do horizonte

Querendo no zen
um trêm alheio
ao descaso
do barulho

Refletir porém
nas maçãs rosadas
de tanto tomar
quietudes incendiarias
no meu chá diário


Creio que vi,
suspenso silêncio
sua língua sorrir
amando pra mim

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tem dias que são mães

Tentáculos me mordam
A Eureca gritou no intimo
desaforo do útero materno.

Temporona nasce torta
e nem amora desamarga

Tem sempre
filho que adoece
pela doença
de uma família inteira

Parece que nascer
é desvirginar o
próprio canto


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O sonho não acabou

Paredes encostam
na travessia
composta
de re(s)tos
de comida
Na garganta entrasgada
amargura docente
Estragou algo
enfi
m
Circulam nas veias
alguns vermes
fa
mintos.
eles Lêe
m
a minha historia
contada por versos
em carr
eiras,
beiras




Uma janela sorri
enquanto atento
as pernas de volta
pra cama





Deixa a cuíca chorar


Meu corpo na cama
pensando enredo
pro nosso samba

Paparapapá
minha gente
o que que há?

Eu vi sim,
sim Sinhô

nós dois apaixonados
nas cartas de tarô









segunda-feira, 29 de abril de 2013

Elevador

O lugar mais perigoso do mundo é deitado na cama

Eu odeio as manhãs
de uma semana inteira
Apertar um botão
para poder andar
Descer lances
de escadas abafadas
Sair dos lençóis,
tudo isso, nada daquilo
Encarar o espelho
que me avisa o horário
que sempre se encontra
no mesmo andar
A mochila, o cochilo
O bocejo e a vizinha
Tédio adaptado
no som da caixa
que sobe
que desce
Encaro-me na
saída prateada
revejo o que vejo
dois ou mais meses
Coloco os pontos nos is
e compareço nas ruas
batendo o cartão
com a minha bota escura
Sem amar-me-te
Me farto no café
com a opinião pública
e uma garrafa pet
de água com gás
para não dar azia

É de manhã que lembro: Para viver é preciso pegar o elevador

domingo, 28 de abril de 2013

Memoir


          
Eu saio de mim 
em séries
de esquecimentos
entorpecidos

Sou eu, sou ela
e já não sou
mais ninguém

e nessa batida
na cana brava

por sorte
dos desencontros

já morreu
o desencanto

na cama
o meio fio
a lama

eu abro a janela
e vejo o vestido

eu fui feliz sem fotografias
e ainda me lembro que não há nada
como o calor de um despertar















quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sem ou mais

nem menos
desliguei a Tevê
e comecei
um incêndio




O quadro ao lado

Pendurou-se nas gargantilhas de brilhantes, Me viu passar na plataforma de trem, escondida nos óculos escuros, afogada nas malhas e coturnos. Jogou a tinta primeira e disse: Foges, pra longe de ti!

Te vi entrar no quadro ao lado, eu sei eu mesma pintei a cela e as chaves. O labirinto calculista me trouxa a lógica mas me vetou o sentido. A gargantilha de ouro, na plataforma do metrô e alguém leiloou o nosso quarto, pintado no quadro ao lado.

Eu te avisei, eles sabiam do nosso plano, eles tinham o nosso destino nas linhas dos dedos que pintamos ao tirar os passaportes.


E agora,
Fugir de quem cara pálida?


terça-feira, 23 de abril de 2013

O Pseudo

Pinta de herói
Grito de artista


o mentiroso itinerante



Não é que não é
que acabou por virar
personagem de romance?!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Passarinho, que som é esse?

É o som da minha cabeça virando buzina
É o som da sua orelha escutando a usina

É o som do Rio

estagnado

embaixo do asfalto

É som
É cem


ou mais
silêncios

Dê você

Démodé

Dê todo mundo




sábado, 20 de abril de 2013

Procuro um gato nesse mundo ca-o

Mais um dia desses vou fugir de casa, e não volto/ vou bater as asas, só vou levar comigo o retrato do meu gato/ companheiro dessa minha melancolia, oh/ e você me pede pra ter paciência e juízo/ mas o que eu gosto eh de andar na beira do abismo, do abismo/ arriscando a minha vida por um pouco de emo-cão 


Se esfregue nu Rio

Mês-Maiô-Cor-de-Calcinha
eu vou pro riacho
me molhar a coragem
de espairecer a virgindade
na saudade de um quarto
emimemtiensimesmado






quinta-feira, 18 de abril de 2013

Melhor que Yoga

Namentedragão

Cabeça
ombro
joelhoepé

hájoelho em pé

broto no cotovelo
a estrada


#onthewaytoMars





segunda-feira, 15 de abril de 2013

Titanic, ensina-me a viver

Meu pai sempre dizia
-sente a maresia!
ai ce vai la,
fecha os olhos,
the answer my friend
is blowing with the wind
e pá
-Iceberg!Iceberg!


Quando você

já ta
com apitinho na boca
na merda de um barco inflável
no meio do oceano Atlântico

Teleguiada pela paixonite

Ixi Ixi
sanduixe
eh a dança
do maxixe





Lee faz ele feliz (vírgula)




Tira a calça Lee
e  passa o fio-bucal



que hoje eu vou cantar
no chuveiro









sexta-feira, 12 de abril de 2013

Batom vermelho borrado no dente

Dei boca na banca
paguei jornal
dei o rosa
de um peitinho

estalo dedo
quebrado
dor de
mindinho

-Lamurio?
-Lamu-ri-ei

de morte eu pouco entendo
mas a vida eh só pretexto




The last time I saw Richard

Ele falou:

se manda!

eu, então,
me mandei

me mandei tomar
o mundo feito coca-cola

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Eu comento

http://www.youtube.com/watch?v=259uK-4OqWA


http://www.youtube.com/watch?v=5YXVMCHG-Nk

                                  



               
               don't build your world around, volcanoes will melt you down/ you give me miles                   
                                         and miles of mountain and all I ask is for the sea


quarta-feira, 3 de abril de 2013